Como criar um filho bilíngue? 9 fatos importantes que pais precisam saber
Em um mundo com fronteiras cada vez menos palpáveis, criar um filho bilíngue já é uma realidade que se repete em diversos núcleos familiares.
O que parece ser uma dificuldade acaba se tornando um benefício, uma vez que os pequenos se adaptam com muito mais facilidade a esse tipo de desafio.
Precisam se comunicar e, para isso, precisam aprender os novos idiomas. Assim como o aprendizado da língua nativa, o processo ocorre gradualmente e automaticamente.
Esse artigo traz algumas dicas sobre como criar um filho bilíngue, as vantagens de dominar uma segunda língua e a desmitificação de alguns conceitos sobre o assunto. Confira:
Como criar um filho bilíngue?
Se você se pergunta como criar um filho bilíngue, a primeira recomendação é: não espere muito.
Se a sua intenção é fazer com que a criança aprenda inglês ou alguma outra segunda língua, comece o quanto antes.
Acredite: a partir dos três meses, os bebês já conseguem diferenciar os idiomas, e a melhor idade para ensinar é entre três e nove anos.
Embora isso possa soar estranho, esse tipo de criação requer um pouco de planejamento.
Quão bilíngue você quer que seu filho seja?
Se você quer que a criança chegue à pré-adolescência já fluente, considere o ensino bilíngue.
Além das matérias comuns ensinadas a crianças da faixa etária do Ensino Fundamental, o ensino bilíngue propõe o aprendizado de uma segunda língua de forma natural.
Ou seja: esqueça a decoreba e a repetição.
O aluno aprende noções de geografia e história, por exemplo, diretamente em inglês. Na prática, a criança vai ganhando familiaridade com a língua ao mesmo tempo que tem contato com outros o conteúdos da base curricular.
Por isso, informe-se a respeito de escolas que oferecem esse tipo de ensino. Você estará certamente investindo, desde a infância, na futura carreira do seu filho.
Caso você saiba inglês (ou outra língua que seja oferecida nesse tipo de colégio), pode ajudá-lo a praticar em casa. Um pouquinho por dia já é suficiente.
Se você não tiver tempo de fazer isso, certifique-se de que a criança terá contato com a língua – pode ser por vídeos, filmes ou músicas.
Se o pequeno já souber ler, vale tentar livros infantis na segunda língua.
Lembre-se de que crianças, com todo seu potencial de aprendizado, continuam sendo crianças.
Procure sugerir brincadeiras que sejam divertidas e que, ao mesmo tempo, possam contribuir para o ensino da linguagem.
Vale até criar histórias para gravar ou escrever cartões para amigos e familiares.
Qual a melhor idade para ensinar uma segunda língua à criança?
Além da dúvida de como criar um filho bilíngue, é comum que pais se perguntem qual é a idade ideal para começar o ensino.
A comunidade científica acredita que o melhor período para aprender o bilinguismo (ou o multilinguismo, por que não?) é a infância.
Além de ser um momento no qual as crianças absorvem o conhecimento com maior facilidade, também é um estímulo a mais para o cérebro e para as habilidades cognitivas.
Um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT, em inglês) sugere, inclusive, que a melhor idade para o aprendizado de uma segunda língua é até os 10 anos, com uma aptidão que permaneça até os 18 anos.
Crianças mais novas que convivem com nativos, por exemplo, aprendem praticamente sem esforço: ouvir os nativos é suficiente para que consigam imitar o sotaque e o sentido das frases.
Entenda, porém, que não é mágica: aos poucos, será preciso ensiná-las a escrever e a ler – mesmo processo que é feito com a língua nativa (no caso dos brasileiros, o português).
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3 verdades que você precisa saber sobre a criação bilíngue
1) Não é automático
Sim, as crianças estão mais propensas a aprender coisas novas e certamente se adaptarão com facilidade a uma nova linguagem.
Não pense, no entanto, que elas serão fluentes em um novo idioma em um mês.
Você vai ouvir frases sem sentido, palavras com a pronúncia incorreta, confusão entre as línguas. Assim como durante o aprendizado da língua nativa, é um processo gradual.
2) Requer investimento
Seja para uma preparação de futuro ou por uma realidade familiar (pai nativo português e mãe de inglês nativo) o mais indicado é matricular o seu filho em uma escola bilíngue.
Além disso, é aconselhável o investimento de tempo – usar um período de férias para fazer uma viagem de imersão em uma língua, por exemplo.
É um processo que requer o envolvimento de toda a família.
3) Você vai escutar muitas opiniões
Familiares, amigos, conhecidos… Todos terão uma opinião sobre o assunto (mesmo aqueles que sequer sabem o que é ensino bilíngue).
É possível que lhe digam que você está forçando a criança, que você deveria desistir dessa ideia, que não é necessário que os pequenos compreendam todos os idiomas falados na família, etc.
Não dê ouvidos. Se tiver paciência, argumente e apresente os benefícios desse tipo de criação. Caso contrário, concorde e siga em frente.
6 vantagens de optar pela educação bilíngue
Vale diferenciar o ensino bilíngue do método adotado em escolas bilíngues.
Em instituições de ensino bilíngues, o aprendizado é focado na língua estrangeira, e o aluno adota o idioma como principal língua no universo escolar. Todas as atividades utilizam a segunda língua como base para interações e aprendizados.
Já o ensino bilíngue quer ampliar o aprendizado obtido na língua nativa por meio de novas atividades, essas sim executadas em inglês (ou outra língua).
É um aporte extra na educação das crianças.
Vamos, agora, às vantagens.
1) É, de fato, um grande diferencial
No Brasil, falar uma segunda língua é ainda considerado algo raro.
De acordo com uma pesquisa da British Council, apenas 5% da população brasileira tem domínio da língua inglesa – e é uma vantagem em disputas por uma vaga no mercado de trabalho, por exemplo.
Se seu filho aprender desde pequeno, chegará à vida adulta com um vocabulário e fluência invejáveis.
2) Seu filho vai lhe agradecer
Quando chegar à adolescência ou à vida adulta e encontrar pessoas que estão começando a aprender uma nova língua, seu filho vai se sentir muito competente e, principalmente, com a sensação de que ganhou tempo.
Provavelmente, ficará grato aos pais que lhe incentivaram e proporcionaram a oportunidade de estudar um segundo idioma.
3) Estímulo da memória
Se seu filho ainda for pequeno, é muito cedo para se preocupar com doenças da velhice. No entanto, estudos comprovam que o aprendizado de línguas estimula a memória e é uma das formas de prevenção contra o mal de Alzheimer.
Apesar de não impedir a doença, a prática retarda a manifestação dos sintomas.
4) É prazeroso
Se você é capaz de falar outros idiomas, entenderá o que estamos querendo dizer. O sentimento de ouvir uma música estrangeira e entender a mensagem que a soma da melodia das palavras quer passar é bastante satisfatório.
O mesmo vale para a leitura de um livro em inglês, com todas as suas expressões únicas.
5) É um passaporte
O inglês não é chamado de língua universal por acaso. O conhecimento deste idioma abre portas em praticamente todos os países do mundo.
Mesmo aqueles que torcem o nariz para quem não fala a língua nativa – uma fama que os franceses de Paris costumam ter -, a maioria dos habitantes da Europa fala pelo menos um inglês básico.
6) Abre a mente
Um adulto educado em uma escola bilíngue aprende, desde criança, que o universo não se limita à bolha em que está inserido.
O contato com uma segunda língua geralmente está atrelado ao contato com outras culturas, e as crianças acabam crescendo com uma noção mais desenvolvida de respeito e tolerância.
Criar um filho bilíngue: uma jornada que vale a pena
Não se pergunte como criar um filho bilíngue.
O melhor a ser feito quando essa dúvida vem à cabeça é dar o primeiro passo e começar o ensino o quanto antes.
Embora a criança possa se deparar com desafios no processo de se tornar bilíngue, a ciência mostra que essa é a melhor idade para aprender uma nova língua.
O conhecimento flui melhor e é absorvido com maior facilidade e, muito mais rápido do que adultos, as crianças expostas a esse tipo de experiência estarão dominando o segundo idioma.
Mais do que uma maneira de facilitar a vida em sociedade, a comunicação em um idioma estrangeiro abre portas.
Tenha certeza de que, ao proporcionar essa possibilidade ao seu filho – seja qual for o motivo -, você estará lhe dando um presente.
Como você provavelmente já escutou, ninguém pode tirar da sua cabeça o conhecimento que você adquiriu.
O mesmo vale para os pequenos. Lembre-se disso quando encontrar obstáculos ou quando perceber que os filhos não estão tão afeitos à ideia. É um legado para o futuro.