Pai de Primeira Viagem: guia prático com 14 dicas infalíveis para o pré e pós-parto
Se você conhece algum casal que acabou de ter um filho, certamente já ouviu alguém elogiando o comportamento do pai.
“Ah, o Matheus é muito presente. Ele tem ajudado muito a Claudia agora no pós-parto”, dizem.
Existe uma noção amplamente difundida de que a responsabilidade máxima sobre a criação da criança cabe à mãe – ao pai, recai a incumbência de ajudar.
Pode até não parecer, mas essa máxima isenta o homem do mesmo nível de comprometimento que a mãe – algo que, hoje em dia, já não é bem-vindo mais.
O pai é tão responsável pelo filho quanto a mãe.
E, embora o corpo da mulher passe por mais mudanças, o processo de gestar, de maternar e de criar o bebê deve ser compartilhado – assim, ninguém fica sobrecarregado.
Assim como demos algumas dicas para as mamães de primeira viagem, neste artigo trazemos 14 dicas para os pais que vão passar por essa experiência pela primeira vez.
Confira.
Os pais devem estar presentes desde o início
Nem toda mulher já nasceu com o instinto maternal aguçado.
A grande maioria das futuras mamães vão aprendendo conforme a gestação avança, conforme a criança vai dando os primeiros saltos de desenvolvimento.
Então, é natural que, para os homens, que não ficam nove meses com uma criança dentro da barriga, esse processo seja ainda mais difícil – especialmente no início.
Embora a gravidez seja sentida com mais intensidade pela mãe, o pai pode ficar nervoso desde o começo!
Especialmente se for o primeiro filho.
Ser pai, afinal, é uma grande responsabilidade – e você deve estar presente desde o início.
Inclusive, a presença paterna no pós-gestação (e no pré-natal) é um fator fundamental para promover a melhora nos indicadores de saúde.
É o que indica o relatório Situação da Paternidade no Brasil, publicado pela Promundo em 2016.
Muitos pais ficam ansiosos, sem saber como reagir às mudanças que acontecem com as mamães.
Procure se manter calmo.
Se você estiver angustiado, a mulher ficará ainda mais agitada.
Participe da gestação, converse com o bebê, sinta-o chutar, cante para o bebê, trace planos e sonhos.
Não tenha vergonha de expressar seus sentimentos! É natural ficar meio “bobo”.
Não dê bola para aqueles amigos que, certamente, vão tirar sarro desse momento.
E procure evitar as diversas opiniões que vão chegar até você.
Esse tipo de palpite é muito comum, especialmente vindo de quem já passou por isso.
Absorva o que achar útil e descarte o que não servir para você.
Lembre-se: a partir do momento em que o teste de gravidez deu positivo, sua vida mudou – e não só a da sua esposa ou namorada.
7 dicas para pai de primeira viagem: pré-parto
1. Envolva-se
Participe de tudo!
Acompanhe a futura mamãe em tudo – desde a ida à farmácia, na apreensão, até as consultas para confirmar a gravidez e para acompanhar o desenvolvimento do bebê.
Além de dar suporte emocional, você consegue entender melhor o que ela está passando.
2. Fique atento
Conforme o tempo for passando, a mamãe vai apresentar algumas dificuldades para se abaixar, por exemplo.
Fique atento – e não espere que a mãe peça ajuda.
Lembre-se de que, nesse período, os hormônios da mulher estão on fire – e pode ser que ela perca a paciência com facilidade.
Não espere que ela se irrite com você para agir. Seja pró-ativo!
3. Tenha paciência
Praticamente desde o início da gestação, as emoções da mulher se manifestam como uma verdadeira montanha russa.
Por vezes, vai sobrar pra você.
Procure ser compreensivo e contar até 10 antes de responder de maneira grosseira ou de se engajar em alguma discussão sem sentido.
Essa é uma dica valiosa!
4. Divida as responsabilidades
Essa é, talvez, a principal dica.
Você tem tanta obrigação para com a criança como a mãe!
Procure esclarecer todas as dúvidas – mesmo que pareçam óbvias.
Quanto mais seguro sobre o processo você estiver, mais tranquila a mamãe vai se sentir.
Além disso, procure contribuir e dividir as atividades da casa – em especial, nas últimas semanas de gestação, quando o tamanho da barriga limita os movimentos da mulher.
Quando a data do parto estiver se aproximando, ajude a fazer a mala de maternidade e a deixar o enxoval prontinho e esperando pelo bebê.
5. Organize as finanças
Assuntos que envolvem contas e dinheiro costumam ser um pouco estressantes.
Se possível, assuma essa responsabilidade, mesmo que sozinho, apenas por um tempo.
Além de ajudar a evitar estresse por parte da mamãe, ela já está lidando com muita coisa e com certeza pode acabar esquecendo de pagar algumas contas.
6. Aproveite para descansar
Descanse – e faça sua mulher descansar.
A insônia na gravidez é muito comum, então ajude ela a lidar com isso também, da melhor maneira.
E quanto a você, aproveite para dormir bastante.
Lembre-se de que, depois que o bebê nascer, o sono do casal fica naturalmente prejudicado.
7. Mantenha o romantismo
É muito comum que alguns casais deixem de ser homem e mulher, marido e esposa, para se tornar pai e mãe.
Essa mudança pode ser bastante prejudicial em longo prazo.
Embora esteja grávida, a mulher segue com desejos e necessidade de carinho.
Não altere a dinâmica do casal.
Afinal, é possível fazer sexo enquanto a mulher está grávida, sabia?
7 dicas para pai de primeira viagem: pós-parto
Se a participação dos papais é importante durante a gestação, ela é indispensável depois que o bebê chega!
1. Reveze a assistência durante o sono
Principalmente para as mamães que amamentam, a carga fica muito pesada.
As noites de sono incompletas se tornam uma realidade – e, normalmente, a mãe precisa acordar para amamentar.
O pai deve revezar esse momento com a mãe.
Se ela estiver amamentando, o pai pode levantar e buscar a criança, entregando-a aos cuidados da mãe, e ficar acordado com a família, a fim de demonstrar suporte.
Se o bebê estiver se alimentando com mamadeira, não é preciso envolver a mãe todas as noites.
Assim, ela pode estar mais descansada e com energia para ficar com o pequeno durante o dia.
📚 Veja também: Rotina de sonecas do bebê: Como organizar esse processo por faixa etária
2. Reveze os cuidados durante o dia
Sabemos que a licença-maternidade é mais longa que a licença-paternidade.
Mas, mesmo assim, o homem precisa tentar estar presente o máximo possível durante o dia para dividir as tarefas com a mãe.
Isso se torna ainda mais importante se a mulher não tiver algum apoio – como dos avós da criança, por exemplo.
Se possível, negocie a possibilidade de trabalhar de casa por alguns dias, se o seu ofício permitir.
Caso contrário, procure passar em casa no horário do almoço – assim, a mãe pode descansar pelo menos por uma horinha.
3. Dê banho no bebê
Embora a mãe seja indispensável em vários momentos no pós-parto, a hora do banho pode ser algo especial entre pai e filho.
Além de ajudar a acalmar o pequeno, acelerando o processo de pegar no sono, dar banho no bebê é uma forma de criar um vínculo entre você e a criança.
E, de quebra, permite que a mãe possa descansar um pouquinho, despreocupada, pois sabe que o pequeno está seguro com o pai.
4. Esteja informado sobre o processo de gestação, pós-parto e amamentação
Para os especialistas, os primeiros 30 dias após o nascimento da criança são considerados os mais importantes.
Como pai, procure ler bastante sobre gravidez, pós-parto e amamentação.
É importante que a mãe se sinta amparada e que não seja a única fonte de informações – assim, você demonstra estar tão imersivo nisso como ela.
Compartilhem o conhecimento, leiam juntos, assistam a vídeos juntos.
Presenteie a grávida com um livro sobre o assunto e leia-o também.
5. Acompanhe a amamentação
Sabemos que você não pode substituir a mãe no processo de amamentação no peito materno – mas você pode, certamente, ajudá-la!
Sempre que puder, esteja presente, para caso a mãe ou o bebê precise de ajuda:
Um copo d’água (amamentar dá muita sede!), uma massagem ou apenas a presença do pai fazem toda a diferença.
Divida as tarefas domésticas diárias.
Amamentar cansa bastante.
Lembre-se de que a mulher que está em licença-maternidade não está de férias, pelo contrário!
E os papais podem assumir a realização de trabalhos que exigem força, como:
Manusear o carrinho do bebê, montar a cadeirinha do carro e carregar as bolsas com os vários pertences da criança.
6. Converse com o bebê
A maioria dos papais já sabe que, mesmo que a criança não entenda o que você fale, o som da voz de pessoas que ele já reconhece, como o pai e a mãe, são reconfortantes.
Essa dica vale para toda a gestação e também para o pós-nascimento.
O momento da alimentação é uma boa hora para manter a criança entretida com conversas, músicas, historinhas…
Além disso, a mãe vai certamente gostar da companhia.
Esse período também vale para estreitar os laços entre o bebê e o pai.
Como não pode participar ativamente de algumas partes, como a amamentação, o papai pode criar momentos únicos com o filho ou a filha: dar banho, levar para um passeio, fazê-lo dormir…
As opções são muitas.
7. Dê suporte emocional e esteja atento às emoções da mulher
Recente estudo realizado pela fundação britânica Parent-Infant revelou que uma em cada dez mulheres apresenta dificuldades em criar vínculos com os bebês.
A mesma pesquisa revelou que cerca de 73% dessas mulheres não recebiam orientações sobre como aumentar a conexão afetiva nessa relação.
Elas ouviam apenas como tentar se ligar emocionalmente com as crianças para promover um desenvolvimento saudável para o bebê.
No Brasil, a depressão pós-parto acomete cerca de 25% das mães no período de seis a 18 meses após o nascimento do bebê.
Então, essa tarefa é muito importante: dê apoio emocional à mulher.
Fique atento caso ela esteja demonstrando estar mais triste ou desanimada do que o habitual.
Ofereça ajuda, sem fazer cobranças. Seja compreensivo e empático.
Vocês estão nessa nova etapa da vida juntos, mas o peso da gestação sempre será maior para a mulher.
6 livros para pais de primeira viagem
1. Série “Boas-vindas, bebê”, de Ana Escobar
A chegada de um bebê muda a dinâmica da família.
Sejam experientes ou de primeira viagem, os pais se deparam com muitas dúvidas ao longo do desenvolvimento da criança.
Para ajudá-los a acompanhar o crescimento de seus filhos com menos ansiedade e mais prazer, a Dra. Ana Escobar, consultora do programa “Bem-Estar”, da TV Globo, e colunista do portal G1, reuniu e esclareceu as dúvidas mais comuns que ouviu em 30 anos de experiência como pediatra no livro “Boas-vindas, bebê”.
2. “O grande livro do bebê”, de Thatiane Mahet
Todos os pais compartilham um mesmo sentimento: ansiedade.
Impossível não passar noites imaginando a carinha do filho, se ele vai nascer saudável e como cuidar e educar.
Para amenizar os medos e indicar caminhos, nada melhor que um livro de cabeceira.
Essa é a proposta de “O grande livro do bebê”, da pediatra carioca Thatiane Mahet.
3. “Como nascem os pais”, de Renato Kaufmann
O bebê chegou. E agora?
Do mesmo autor do best-seller “Diário de um grávido”, “Como nascem os pais” traz textos deliciosos sobre o adorável e doloroso processo de tornar-se pai.
Renato fala, de forma apaixonada e ácida, dos dois primeiros anos da vida de sua filha.
Relatando episódios aparentemente comuns na vida de qualquer pai participante, ele constata que a vida mudou – em geral, para melhor.
4. “Sou pai, e agora? O guia do primeiro ano do bebê para o pai de primeira viagem”, de Adrian Kulp
A gravidez acabou e o bebê está aqui… o que um pai deve fazer?
“Sou pai, e agora?” vai ajudá-lo a ser o melhor pai (e parceiro) que você pode ser.
Um guia para o pai de primeira viagem, do dia do nascimento ao primeiro aniversário.
Adrian Kulp (pai de quatro filhos e autor de “Estou grávido, e agora?”) oferece conselhos rápidos, divertidos e fáceis de digerir.
Assim, torna-se mais fácil para você se apresentar e fazer sua parte enquanto um novo pai.
5. “Estou grávido, e agora? O guia para o pai de primeira viagem”, de Adrian Kulp
Como se tornar um excelente pai de primeira viagem e um grande parceiro de todos os tempos?
Ser um ótimo pai de primeira viagem não significa ser perfeito.
Significa abordar e participar da experiência da gravidez com confiança.
De estatísticas fáceis de entender sobre a mamãe e o bebê até a discussão e elaboração de um plano de parto, “Estou grávido, e agora? O guia para o pai de primeira viagem” fornece as informações necessárias e sugestões detalhadas sobre como ser um parceiro ideal e se tornar um pai totalmente preparado.
6. “O papai é pop”, de Marcos Piangers
Então, você vai ser pai.
Você sabe que precisa comprar uma casa maior.
Tem que ter mais espaço pra criança.
Tem que ter mais um quarto no apartamento.
Tem que ter um berço novo, não pode ser aquele que a vizinha se dispôs a emprestar.
Então você sabe que tem que trocar de carro, com seis airbags, no mínimo, ar-condicionado de fábrica.
O que o humorista Marcos Piangers descobriu ao ser pai jovem é que essas preocupações não fazem diferença nenhuma.
O que vale mesmo não é pagar pela melhor creche, se você é o último a buscar seus filhos.
Não é comprar os melhores brinquedos, porque as crianças gostam mesmo é das brincadeiras que não custam nada.
No fundo, o que importa mesmo, como os textos divertidos e emocionantes de “O Papai é Pop” mostram, é você estar com seus filhos, não pensando em outra coisa, estar lá de verdade.
Uma primeira viagem desafiadora e inesquecível!
Para fazer parte da vida do seu filho em todos os momentos, é preciso começar desde a gestação!
Os nove meses passam rápido – e, depois que o bebê nasce, essa sensação de que o relógio está correndo fica ainda mais forte.
Aproveite todos os momentos ao lado do pequeno.
Não perca os momentos importantes e dê apoio e suporte à mamãe.
As chances de que a família fique ainda mais próxima e conectada é altíssima!
É pai de um recém-nascido? Está “grávido” e na expectativa?
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