legumes para crianças

Verduras e legumes para crianças: por que não gostam e como incentivar?

Uma criança que goste de comer verduras e legumes é o sonho de toda mãe e de todo pai, não é mesmo?

Quando ouve as histórias felizes contadas pelas mães dos coleguinhas de Gabriela, Andressa chega a suspirar.

Gabi, de quatro anos, se recusa a experimentar qualquer coisa que seja verde ou que pareça saída da terra.

E os pais, ambos super saudáveis, ficam desesperados, sem saber como convencer a pequena a pelo menos dar uma chance aos legumes e às verduras.

Pelo menos os pais de Gabi podem ficar tranquilos: não estão sozinhos nessa luta de oferecer legumes para crianças. 

Neste artigo, vamos explicar alguns motivos pelos quais as crianças realmente não gostam de vegetais.

E trazemos algumas dicas para que você consiga realizar a proeza de alimentar os filhos com alimentos verdes.

Boa leitura!

Verduras e legumes para crianças: existem motivos reais para não gostarem?

Não deixe as crianças ficarem sabendo disso, mas pode ser que exista um motivo real para elas não gostarem tanto de legumes e verduras.

Isso porque um grupo de pesquisadores australianos descobriu, em um estudo científico, que alguns legumes e verduras podem causar reações químicas na boca, o que faz com que o gosto desses alimentos fique desagrádavel. 

O efeito ocorre somente em algumas pessoas.

Então, enquanto você adora comer uma saladinha, pode ser que o seu filho realmente sinta um gosto diferente ao ingerir aqueles alimentos. 

Alguns exemplos são a couve-de-bruxelas, a couve-flor, o brócolis e o repolho.

Todos têm um composto chamado S-metil-cisteína sulfóxido – que, ao entrar em contato com as bactérias da boca, pode produzir um cheiro forte, semelhante ao de enxofre.

Esse resultado ocorre quando essas bactérias produzem uma enzima específica, que ativa esse efeito. 

Quando em grande quantidade, a chance de a criança negar a comida é maior.

Essa reação também ocorre nos adultos. 

No entanto, os pesquisadores acreditam que, com o passar dos anos, passamos a aceitar melhor esse tipo de alimento.  

E cá entre nós: os adultos enfrentam tanta coisa na vida que não vão se abalar por um legume de gosto estranho, não é mesmo?

Além disso, é natural que as crianças prefiram doces e evitem alimentos amargos.

O gosto doce remete ao leite materno.

Por outro lado, a aversão ao amargo é uma forma de proteger os pequenos de ingerirem venenos – como plantas – acidentalmente. 

Ao longo da evolução, os seres humanos se depararam muitas vezes com plantas verdes e venenosas.

Geralmente, essas plantas, se ingeridas, tinham um gosto bem amargo.

Isso pode explicar uma tendência a evitar alimentos amargos – não só entre as crianças, mas também entre os adultos. 

Então, embora seja trabalhoso convencer os pequenos de que é importante comer verduras e legumes, as crianças estão apenas colocando em prática uma ferramenta da seleção evolutiva. 

Outro motivo muito singelo: os legumes e as verduras não matam a fome das crianças que, normalmente, gastam muita energia durante o dia. 

Então, para eles, não faz muito sentido comer algo que não mata a fome – e que não é gostoso.

Outro motivo curioso da difícil relação entre criança e legumes

Parece que as verduras e os legumes “não fazem questão” de serem comidos.

As plantas se protegem, secretando pesticidas naturais e outras toxinas.

Você sabia que 99,9% dos pesticidas ingeridos pelo ser humano são produzidos pela própria planta?

Então, se a criança não gosta dos legumes e das plantas, saiba que o sentimento é mútuo.

Por fim, as crianças têm mais papilas gustativas e um olfato melhor do que os adultos.

Os pequenos podem ser mais sensíveis a alguns gostos. 

É por isso que você pode ter evitado verdes quando criança e, agora, adulto, adora uma salada.

6 dicas de como oferecer verduras e legumes para crianças

criança que não come verdura

1. Não desista na primeira negativa

Geralmente, a primeira reação da criança ao ver um alimento diferente é negar. 

Não desista!

É preciso oferecer várias vezes, fazer com que comam pelo menos um pedacinho.

Isso porque alguns estudos apontam que as crianças começam a aceitar alimentos diferentes só depois de terem provado quase 10 vezes. 

De tanto “provar”, o paladar da criança acaba se acostumando com aquele gosto.

2. Deixe que as crianças escolham

Um bom exercício pode ser levar a criança ao supermercado com você.

Deixe que ela percorra os corredores e escolha quais legumes e verduras quer comer. 

Além de fazer com que eles se sintam parte do processo, você também estará desenvolvendo a autonomia dos pequenos.

E, se na hora eles se recusarem a comer, lembre-os de que foram os alimentos que eles mesmos escolheram!

3. Misture os vegetais a outros alimentos

Tente misturar os vegetais a outros alimentos, mesmo que sejam mais calóricos e menos saudáveis. 

Que tal gratinar os legumes com queijo, por exemplo?

Não é super saudável, mas, com o tempo, os pequenos vão se acostumar com o gosto e você vai poder deixar o queijo de lado.

4. Dê o exemplo

Essa dica é clássica, mas é sempre importante.

Não espere que o seu filho coma uma salada se você estiver comendo algo diferente – e mais apetitoso. 

É claro que a sua alimentação não pode ser igual à da criança, mas inclua verdes no seu prato, em especial na hora em que estiverem dividindo o momento da refeição.

5. Seja criativo no preparo

Os legumes e as verduras podem não ser muito atraentes se comidos crus ou somente cozidos. 

Por isso, na hora do convencimento, vale tudo! Por exemplo, vale fazer:

  • Suco verde;
  • Purê de abóbora;
  • Servir cenoura em palitinhos com algum molho;
  • Cortar os legumes em tirinhas, como se fosse um espaguete.

Além disso, use e abuse dos temperos! Lembre-se: antes feito do que perfeito.

Tudo bem se a criança não comer os legumes puros, sem sal, em um formato 100% saudável. 

O importante é introduzir esses alimentos na alimentação dos pequenos e, aos poucos, ir deixando de lado os “disfarces”, a fim de que comam os legumes e as verduras da forma mais natural possível.

6. Saiba quais argumentos funcionam com seu filho

Bom, não adianta citar todas as vitaminas que o brócolis possui e dizer que ele evita os problemas do envelhecimento.

As crianças, nessa altura da vida, nem pensam em envelhecer!

No entanto, têm urgência em crescer, em serem fortes e saudáveis.

Use esse tipo de argumento e deixe de lado os benefícios científicos – pelo menos por enquanto. 

7 legumes e verduras que não podem faltar na alimentação das crianças

1. Abóbora

abóbora

A abóbora é rica em betacaroteno, vitamina C, E, B, cálcio, fósforo, ferro e potássio. 

As sementes são fontes de zinco, ferro e gorduras insaturadas, que fazem bem ao coração. 

O consumo de abóbora está ligado à redução de chance de:

  • Câncer;
  • Derrames;
  • Doenças cardiovasculares;
  • Problemas oculares. 

Além disso, ela pode ser preparada de diversas maneiras, inclusive em cremes, o que pode facilitar a ingestão dos pequenos.

2. Alface

alface

O alface é uma ótima fonte de vitamina A, K, folato, ferro, fósforo, potássio, manganês e carotenóides.

Previne infecções, doenças oculares e câncer e auxilia no processo digestivo. 

Normalmente, o alface não tem gosto de nada – e, geralmente, é rejeitado pelos pequenos. 

Tente convidá-lo para fazer uma salada com você e explique como é bom e importante comer alface.

Se isso não funcionar, pique as folhas em quadradinhos bem pequenos e misture na comida.

3. Beterraba

beterraba

Essa costuma ser a preferência da garotada.

Com gosto mais adocicado, a beterraba é rica em vitaminas A e K, B1, B2, B5, B6, B9, C e E, cálcio, potássio, ferro, cobre, manganês e magnésio.

O vegetal ainda contém propriedades antioxidantes, prevenindo doenças cardiovasculares e câncer de pele, fígado e pulmão. 

Preserva a saúde dos olhos e reforça o sistema imunológico dos pequenos.

Como tem uma cor que puxa para o rosa e o roxo, a beterraba costuma ser bem aceita.

E você ainda pode brincar de tingir o arroz ou mostrar que a língua fica roxa se você come beterraba!

4. Brócolis

brócolis

O brócolis é mais rejeitado – até alguns adultos fazem cara feia. 

O vegetal é uma fonte de ferro, fibras, cálcio, vitaminas A, C e K.

Também está relacionado à prevenção do câncer e das doenças relacionadas ao envelhecimento, como a degeneração macular dos olhos.

Use a criatividade para incentivar os pequenos a comer. 

Afinal, quem nunca achou que o brócolis parece uma árvore pequeninha?

5. Cenoura

cenoura

A cenoura é um outro alimento que, se cozido, tem um gosto mais adocicado. 

É bem conhecida pelos benefícios que traz para a saúde dos olhos, reduzindo a chance do desenvolvimento de doenças como a catarata.

É rica em vitamina A, betacaroteno, luteína e zeaxantina, cálcio e potássio e também está associada à redução de risco de problemas cardiovasculares.

A “batatinha-frita” de cenoura também costuma ser bem aceita pelos pequenos. 

6. Couve-flor

couve-flor

Sejamos francos: apesar de ser uma boa fonte de vitamina C, manganês, vitaminas B5, B6, folato (B9) e vitamina K, a couve-flor é sem graça.

Nem os adultos gostam muito dela.

No entanto, essa prima desbotada do brócolis contém substâncias antioxidantes. 

O consumo está ligado à diminuição do risco de doenças cardíacas e de câncer, em especial o de pulmão, de mama, de ovário, de rim e de próstata. 

Também protege o organismo de infecções comuns na infância e controla o diabetes, reduzindo a taxa de açúcar no sangue.

O lado bom é que a couve-flor também é parecida com uma árvore ou com flores, e você pode usar isso para brincar com a criança.

7. Espinafre

espinafre

Bom, quem cresceu nos anos 1960 e 1970 certamente associa o espinafre ao Popeye, o marinheiro que ganha super força ao comer o vegetal.

É rico em vitamina K, vitamina A, vitamina C, vitamina B2, vitamina B6, magnésio, manganês, folato, ferro, potássio, fósforo, zinco, niacina, selênio e vitamina E. 

Não é à toa que o personagem ficava super musculoso depois que comia, certo?

Embora não tenha o mesmo apelo de um dos Vingadores, o Popeye pode ser resgatado se você quiser convencer seu pequeno a comer espinafre. 

Paciência é a chave!

Como praticamente tudo que envolve a criação dos filhos, você precisará de paciência nesse processo.

Não desista e saiba que todos os pais estão enfrentando essa mesma luta diária. 

No entanto, procure começar cedo — quanto mais velha a criança, mais resistente ela vai ficando a experimentar novos sabores.

Há casos de jovens que ficam praticamente todos os anos da adolescência sem ingerir frutas, verduras e legumes. 

Como o paladar não foi se acostumando a receber esses sabores, fica bem mais difícil depois de crescido. 

E vale lembrar que cada criança é única e a maneira dela receber determinados alimentos também.

Para os bebês do Berçário da Escola Portal, por exemplo, são oferecidas as sopas, com tempero natural e sem sal. 

E para as crianças pequenas, são servidos, diariamente, no almoço e no jantar, legumes e verduras cortados.

Sempre considerando a textura e a consistência dos alimentos, para cada estágio da vida da criança.

Já passou por alguma dificuldade na hora de convencer o seu filho a comer legumes e verduras? Conte para nós como foi essa experiência!

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